Ameaça e desemprego: Stress e estratégias de coping em diferentes culturas organizacionais
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v12i1.573Palavras-chave:
-Resumo
Em termos gerais, pretendemos demonstrar que a cultura organizacional poderá constituir um factor de stress organizacional, influenciando a percepção de ameaça de desemprego e o tipo de estratégias de coping utilizadas, podendo assim assumir um papel relevante enquanto variável de prevenção do stress a nível organizacional. Ao longo deste trabalho estarão em análise duas dimensões distintas. Por um lado, uma dimensão individual – percepção da ameaça de desemprego e estratégias de coping utilizadas – tendo como referencial teórico o modelo de stress de Lazarus e Folkman (1984). Por outro lado, uma dimensão organizacional – cultura organizacional – tendo como referencial conceptual o modelo dos valores contrastantes de Quinn (1983). O estudo foi realizado no sector bancário português em virtude das inúmeras transformações que tem sofrido, particularmente nos últimos dez anos. A amostra foi recolhida em seis instituições distintas, tendo sida feita uma análise comparativa das variáveis individuais e organizacionais em estudo. Os resultados mostram que a percepção de ameaça de desemprego está diretamente associada à cultura organizacional de objetivos e inversamente às de apoio e inovação. A avaliação de recursos para lidar com a situação de desemprego é maior quando há uma percepção da cultura organizacional orientada para o apoio, inovação e objetivos. Contrariamente às hipóteses formuladas, não se conseguiu identificar um padrão claro de associação entre as estratégias de coping e a cultura organizacional.