Factores sociais na percepção de riscos
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v12i1.570Palavras-chave:
-Resumo
Neste texto procura-se fazer uma introdução a uma área de estudos relativamente recente nas ciências sociais: a percepção de riscos, tentando-se em primeiro lugar caracterizar o objeto deste domínio de investigação e diferenciá-lo da abordagem do risco pelas ciências naturais. Analisam-se em seguida, num breve resumo histórico, as diversas tendências que, agora dentro da psicologia, se têm interessado por este tema. Finalmente, na última parte do texto, defende-se a necessidade de uma abordagem psicossociológica da percepção de riscos. Tal abordagem permite considerar, na compreensão das estimativas de probabilidade que os indivíduos fazem dos riscos a que estão sujeitos, dois aspectos fundamentais: (1) o contexto social em que estas estimativas são produzidas e (2) as funções individuais destas estimativas. Para ilustrar esta perspectiva apresentam-se resumidamente resultados de pesquisas que mostram como a diversidade do risco subjetivo pode ser explicado por fatores de ordem individual (manutenção da saúde mental em condições de ameaça crónica), fatores de ordem interpessoal (envolvimento amoroso), fatores de ordem grupal (normas e crenças grupais) e fatores de ordem ideológica.