O modelo interno dinâmico da mãe e o comportamento de base segura dos seus filhos num grupo de crianças adoptadas

Autores

  • Manuela Veríssimo
  • Fernanda Salvaterra

DOI:

https://doi.org/10.17575/rpsicol.v20i1.376

Palavras-chave:

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Resumo

O estudo da qualidade da vinculação em crianças adoptadas é de extrema relevância para a Teoria da Vinculação, uma vez que permite avaliar a qualidade da vinculação e o seu desenvolvimento em famílias, nas quais não há partilha da mesma informação genética nem da mesma história familiar. São dois os objectivos principais do presente trabalho: 1) avaliar se a idade da criança à data da adopção tem alguma influência na qualidade da vinculação estabelecida com a sua nova família e 2) verificar se existe uma relação entre o modelo interno dinâmico da mãe e o comportamento de base segura do seu filo(a) adoptado(a). Para atingir tais objectivos foram utilizados, o AQS (Waters, 1987) para a caracterização da qualidade da vinculação mãe-criança e as Narrativas Maternas (H. Waters & Rodrigues-Doolabh, 2001) para aceder ao modelo interno da mãe. Não foi encontrada uma relação entre a idade e a qualidade da vinculação, facto que sugere que a criança consegue estabelecer relações significativas ao longo dos primeiros anos de vida. Tal resultado questiona, por um lado, a noção de período crítico para o estabelecimento da vinculaçãoo e, por outro lado, salienta o papel fulcral de uma figura estável e sensível para a promoção e desenvolvimento de laços afectivos. Os resultado obtidos demonstram ainda que a qualidade dos scripts de base segura maternos está relacionada com os valores do critério de segurança dos seis filhos. Desta forma, os nosso resultados estão de acordo com M. Ainsworth – que sempre sublinhou ao longo dos seus trabalhos, o papel importante da sensitividade materna na construção de uma vinculação segura – e suportam um dos princípios básicos da Teoria da Vinculação, o conceito de transgeracionalidade, em que o modelo interno da mãe é tido como um factor mediador da qualidade da prestação dos cuidados e interacção que esta estabelece com o seu filho(a), e que se reflecte na qualidade de vinculação das crianças.

DOI: http://dx.doi.org/10.17575/rpsicol.v20i1.376

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Como Citar

Veríssimo, M., & Salvaterra, F. (2006). O modelo interno dinâmico da mãe e o comportamento de base segura dos seus filhos num grupo de crianças adoptadas. PSICOLOGIA, 20(1), 37–50. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v20i1.376

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