Papéis e dinâmicas de género em tempos de COVID-19: Mudanças e continuidades nos acordos de partilha de tarefas domésticas e de prestação de cuidados
DOI:
https://doi.org/10.17575/psicologia.v35i1.1688Palavras-chave:
Partilha de tarefas domésticas e de cuidados, justiça, género, COVID-19Resumo
Este artigo pretende contribuir para compreeder os efeitos da pandemia COVID-19 na partilha do trabalho não pago entre homens e mulheres a viver em casal, durante oconfinamento, percebendo se esta situação contribui para uma equidade das dinâmicas familiares, especialmente em situação de teletrabalho. Para tal, analisámos as horas gastas por homens e mulheres nas tarefas domésticas e nos cuidados; as perceções de justiça sobre a partilha de tarefas; e o impacto da COVID-19 no volume de horas percebidas. Nos 128 participantes em idade ativa, a viver em casal e, grande parte, em teletrabalho (58%), verificaram-se as assimetrias identificadas na literatura. A perceção das mulheres foi de que fizeram muito mais trabalho do que seria justo, tanto em tarefas domésticas quanto de cuidados, em relação aos seus parceiros. Os participantes com filhos indicaram um aumento na carga de trabalho nas tarefas de cuidados comparativamente aos participantes sem filhos, independentemente do sexo.
Downloads
Referências
Aboim, S., Wall, K., & Cunha, V. (2010). A vida familiar no masculino: negociando velhas e novas masculinidades. Género, família e mudança em Portugal. Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). http://cite.gov.pt/asstscite/downloads/publics/A_vida_masculino.pdf
Alon, T. M., Doepke, M., Olmstead-Rumsey, J., & Tertilt, M. (2020). The impact of covid-19 on gender equality (NBER Working Paper No. 26947). National Bureau of Economic Research. http://www.nber.org/papers/w26947
Amâncio, L. (2007). Género e divisão do trabalho doméstico: o caso português em perspectiva. In K. Wall & Amâncio, L (Eds.) Família e género em Portugal e na Europa, (pp.181-209). ICS. -U.Lisboa https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/28234/1/ICs_KWall_LAmancio_Familia_LEN.pdf
Amâncio, L., & Correia, R. B. (2019). Em busca da igualdade: Perceção de justiça e divisão do trabalho doméstico-mudanças e continuidades. Sociologia, Problemas e Práticas, 90, 77-94. http://dx.doi.org/10.7458/SPP20199015529
Casaca, S. F. (2002, October). Questions and controversies revolving around telework - a gender perspective. Communicationpresented at the International Conference Work Time and Leisure Time – Dynamics and Convergence in Changing Context, "Questions and controversies revolving around telework – a gender perspective", ISEG, Lisbon.
EIGE (2019a). Gender Equality Index 2019: Portugal. https://eige.europa.eu/publications/gender-equality-index-2019-portugal
EIGE (2019b). Gender Equality Index 2019. Work-life balance. https://eige.europa.eu/publications/gender-equality-index-2019-work-life-balance
Eurostat (2020). Employment rates by sex, age and citizenship (%) [Bar Chart, Survey Data]. https://eige.europa.eu/gender-statistics/dgs/indicator/bpfa_f_offic_f11__lfsa_ergan/bar
Lyonette, C., Crompton, R., & Wall, K. (2007). Gender, occupational class and work-life conflict: A comparison of Britain and Portugal. Community, Work and Family, 10(3), 283-308. https://doi.org/10.1080/13668800701456245.
OECD (2020). Women at the core of the fight against COVID-19 crisis. https://www.oecd.org/coronavirus/policy-responses/women-at-the-core-of-the-fight-against-covid-9-crisis-553a8269/
Perista, H. (2002). Género e trabalho não pago: os tempos das mulheres e os tempos dos homens. Análise social, 37(163), 447-474.
Perista, H., Cardoso, A., Brázia, A., Abrantes, M., Perista, P., & Quintal, E. (2016). Os usos do tempo de homens e de mulheres em Portugal. Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS)/Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE).
Rodrigues, L., Cunha, V., & Wall, K. (2015). Policy brief I—Homens, papéis masculinos e igualdade de género. Retrato Atual 2011/2014. ICS – Ulisboa/Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). http://hdl.handle.net/10451/22495.
Rosenfeld, D. L., & Tomiyama, A. J. (2021). Can a pandemic make people more socially conservative? Longitudinal evidence from COVID-19. Journal of Applied Social Psychology. https://doi.org/10.1111/jasp.12745
Rosenfeld, D. L., Balcetis, E., Bastian, B., Berkman, E. T., Bosson, J. K., Brannon, T. N., Burrow, A. L., Cameron, C. D., Chen, S., Cook, J. E., Crandall, C. S., Davidai, S., Dhont, K., Eastwick, P. W., Gaither, S. E., Gangestad, S. W., Gilovich, T., Gray, K., Haines, E. L., . . . Tomiyama, A. J. (in press). Psychological science in the wake of COVID-19: Social, methodological, and meta-scientific considerations. Perspectives on Psychological Science. https://doi.org/10.31234/osf.io/6gjfm
Silva, P. A., Carmo, R. M., Cantante, F., Cruz, C., Estêvão, P., Manso, L., & Pereira, T. S. (2020). Trabalho e desigualdades no grande confinamento (Estudos CoLABOR, N.º 2/2020). CoLABOR. https://colabor.pt/en/publications/trabalho-desigualdades-grande-confinamento-rendimento-teletrabalho-en/
Wall, K., & Amâncio, L. (2007). Família e género em Portugal e na Europa. Imprensa de Ciências Sociais.
Wall, K., Cunha, V., Atalaia, S., Rodrigues, L., Correia, R., Correia, S. V., & Rosa, R. (2017). White paper: Men and gender equality in Portugal. ICS – Ulisboa/Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). http://hdl.handle.net/10451/31936.