A toxicomania. Desordens bioquímicas e ordem social

Autores

  • Cândido M. da Agra

DOI:

https://doi.org/10.17575/rpsicol.v3i3/4.895

Palavras-chave:

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Resumo

O fenómeno da droga constitui um analisador das actuais condições do saber, das estratégias de poder e das suas relações. Assim, se este fenómeno por um lado revela a crise dos paradigmas tradicionais de compreensão e explicação dos comportamentos desviantes, por outro exige a emergência de um novo paradigma cujas condições de possibilidade se desenham numa nova configuração da ciência contemporânea. O consumo de drogas pode ser de facto inaugurar uma nova ciência e constituir uma nova ciência e constituir um objecto de razão. Por que é que tal não acontece e não surge um novo paradigma? É que o fenómeno tornou-se um objecto de paixão semelhante ao satanismo nos séculos XV e XVI e, enquanto tal, causa o efeito de estratégias de poder que condicionam o saber, obrigando-o a fixar-se e a funcionar segundo esquemas tradicionais que, racionalizando o mito, produzem um discurso de paixão raciocinante. A vantagem deste discurso reside no seu contributo para a complexificação dos dispositivo de ordem social, a partir das desordens químicas.

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Como Citar

M. da Agra, C. (1982). A toxicomania. Desordens bioquímicas e ordem social. PSICOLOGIA, 3(3/4), 71–88. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v3i3/4.895

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