As teorias implícitas da personalidade em contexto organizacional escolar

Autores

  • Rui Gomes

DOI:

https://doi.org/10.17575/rpsicol.v9i1.681

Palavras-chave:

-

Resumo

O objectivo deste estudo é identificar o perfil de intervenção pedagógica de professores estagiários em relação a  alunos com «avaliações» polarizadas. Especificamente, alunos avaliados com altos e baixos scores através de um diferenciador semântico de traços de personalidade foram comparados durante aulas de Educação Física de desportos colectivos em termos das interacções pedagógicas professor-aluno. Foram realizados dois ciclos de observação: no primeiro, obteve-se a linha de base das reacções de feedback, afectividade e disciplina dos professores, sem que qualquer informação acerca dos alunos alvo da observação fosse fornecida; no segundo, obteve-se o perfil de intervenção nas mesmas categorias de comportamento após uma reunião em que os professores tiveram acesso aos resultados descritivos dos seus comportamentos de ensino, dos comportamentos dos alunos e das gravações em magnetoscópio referentes ao primeiro ciclo de observações. A análise dos resultados dos comportamentos dos professores no primeiro ciclo de observações revelou que os alunos com baixos scores receberam mais reacções de feedback e de afectividade, mas que essas interacções dos professores tinham um perfil negativo, sendo a diferença em relação ao perfil positivo das interacções com os alunos de mais alto score considerada significativa. No segundo ciclo de observações registou-se uma alteração no perfil de intervenção dos professores estagiários. Aumentou a taxa de reacções dirigidas aos alunos das turmas observadas; as reacções dirigidas aos alunos foco da observação passaram a ser mais diferenciadas e o perfil de intervenção em relação aos alunos com baixo score tornou-se dominantemente positivo. Depois de discutir os resultados, o estudo conclui que o conhecimento avaliativo baseado nas teorias implícitas da personalidade aparece associado a comportamentos de ensino estereotipados, enquanto o conhecimento descritivo parece garantir comportamentos de ensino mais flexíveis e diferenciados.

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Referências

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Como Citar

Gomes, R. (1993). As teorias implícitas da personalidade em contexto organizacional escolar. PSICOLOGIA, 9(1), 93–112. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v9i1.681

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