Regulações psicossociais na organização de crenças sobre a inteligência: relações entre representações sociais de inteligência e concepções pessoais de inteligência
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v20i2.391Palavras-chave:
-Resumo
No presente trabalho analisam-se os processos que regulam a organização de crenças sobre a inteligência em adolescentes, nomeadamente a influência da “familiaridade” com o objecto de representação sobre tais crenças. Os resultados mostram que os sujeitos para os quais as diferenças interindividuais de inteligência constituem algo de inexplicável tendem a explicá-la de modo biológico e a naturalizá-la, sob a forma de uma teoria implícita dos dons (desigualmente) naturais. Investigam-se, ainda, as relações entre o princípio da “familiaridade” com a inteligência, as representações sociais da inteligência e as concepções pessoais de inteligência. Os resultados mostram que as crenças que postulam a existência de “inteligências alternativas” às definidas pela instituição escolar predizem negativamente as concepções estáticas e positivamente as concepções dinâmicas. Verifica-se, também, que a crença nas “desigualdades naturais” da inteligência é hegemónica, sendo partilhada quer pelos sujeitos estáticos, quer pelos dinâmicos.