Insegurança e convivência urbana. O caso de duas localidades mexicanas: México e Querétaro
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v21i2.367Palavras-chave:
-Resumo
O presente artigo analisa a relação entre a percepção de insegurança urbana e de uma vila provincial, Querétaro. Os participantes eram entrevistados nas suas residências. A cidade de México é percepcionada como pouco segura e difícil de viver, enquanto Querétaro está vista como uma vila tranquila e amigável. Os resultados mostram que a estrutura urbana e a insegurança têm pouca influência sobre o modo de vida dos habitantes dos bairros populares. Os habitantes dos bairros mais ricos diferenciam-se em práticas de convivência. Enquanto, na cidade de México, a participação pública é baixa e as relações de vizinhança são pouco intensas, na Querétaro, a participação local é elevada e os vizinhos encontram-se muito nas ruas. Na cidade de México, a sociabilidade é organizada e planificada e as pessoas encontram-se essencialmente nos bares e noutros espaços públicos. A falta de convivência pública nos bairros favorecidos desta cidade parece estar relacionada tanto com os efeitos das condições de vida metropolitana, como com a insegurança urbana. A focalização sobre o próprio, a indiferença relativa aos outros, a falta de implicação na vida do bairro são, com efeito, comportamentos típicos dos habitantes das grandes sociedades.