As associações de doenças raras em Portugal: Uma fonte importante de apoio psicossocial

Autores

  • Catarina Costa Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), Universidade do Porto (UP), Portugal; Faculdade de Medicina (FMUP), Universidade do Porto (UP), Portugal
  • Isabel Alonso Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), Universidade do Porto (UP), Portugal
  • Jorge Sequeiros Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), Universidade do Porto (UP), Portugal
  • Milena Paneque Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), Universidade do Porto (UP), Portugal; Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), Universidade do Porto (UP), Portugal

DOI:

https://doi.org/10.17575/psicologia.1803

Palavras-chave:

associações de doentes, doenças raras, novas estratégias, Portugal

Resumo

Este estudo teve como objetivo caracterizar as associações de pessoas com doenças raras, como uma importante fonte de apoio psicossocial. Foram realizadas entrevistas a 38 participantes de 23 associações e delegações de pessoas com doenças raras, vinculadas ao Centro de Genética Preditiva e Preventiva. Das análises emergiram três categorias conceptuais: (1) missão das associações; (2) contexto do trabalho associativo; e (3) estratégias e oportunidades. Os principais obstáculos ao papel das associações como fonte de apoio às pessoas doentes e suas famílias foram: (1) dificuldade em encontrar voluntários; (2) baixo nível de literacia sobre doenças raras; (3) pouco envolvimento dos profissionais de saúde e população; e (4) dificuldade em obter financiamento. Os resultados mostraram que as associações têm um papel fundamental na defesa dos direitos das pessoas com doenças raras, sendo possível potenciar o seu trabalho, maximizando a integração com os serviços de saúde e a sua visibilidade.

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Publicado

2022-12-19

Como Citar

Costa, C., Alonso, I., Sequeiros, J., & Paneque, M. (2022). As associações de doenças raras em Portugal: Uma fonte importante de apoio psicossocial. PSICOLOGIA, 36(2), 108–118. https://doi.org/10.17575/psicologia.1803

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