Estudar onde é bom viver? Bem-estar subjetivo e qualidade de vida no ensino superior: o caso de estudantes brasileiros no Algarve

Autores

  • Lara Noronha Ferreira Universidade do Algarve - ESGHT
  • Luis N. Pereira Universidade do Algarve - ESGHT
  • Maria da Fé Brás Universidade do Algarve - ESGHT

DOI:

https://doi.org/10.17575/psicologia.1643

Palavras-chave:

Bem-estar subjetivo, Qualidade de vida, Escala de Bem-Estar Subjetivo (EBES), WHOQOL-Bref, Estudantes brasileiros

Resumo

Este trabalho analisou os níveis de bem-estar subjetivo (BES) e de qualidade de vida (QV) nos estudantes brasileiros que estudam na Universidade do Algarve (UAlg) a partir da constatação do significativo aumento destes em universidades portuguesas. Foi realizado um inquérito por questionário com entrevista eletrónica, constituído pela Escala de Bem-Estar Subjetivo e pelo WHOQOL-Bref, tendo participado 102 estudantes. Os resultados mostraram que os estudantes brasileiros que consideram a UAlg um bom sítio para estudar e um bom local para viver apresentam níveis mais elevados de QV e de BES. Aqueles que não tiveram crises emocionais e os que estão bem integrados têm uma QV e um BES mais elevado. Os estudantes com um nível físico e de relações sociais mais elevados têm maior probabilidade de considerarem a UAlg uma boa universidade para estudar. Conclui-se que os estudantes brasileiros têm um bom nível de BES e de QV.

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Publicado

2022-04-08

Como Citar

Ferreira, L. N., Pereira, L. N., & Brás, M. da F. (2022). Estudar onde é bom viver? Bem-estar subjetivo e qualidade de vida no ensino superior: o caso de estudantes brasileiros no Algarve. PSICOLOGIA, 36(1), 1–16. https://doi.org/10.17575/psicologia.1643

Edição

Secção

Artigos