A experiência de justiça e de injustiça nas organizações: Um estudo qualitativo
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v13i1/2.559Palavras-chave:
-Resumo
Com o fim de estudar o tipo de relevância das experiências de (in)justiça nas situações de trabalho, realizou-se um estudo de 193 sujeitos de 18 organizações. Foi pedido aos participantes: a) que descrevessem uma situação em que se sentiram injustiçados pelo seu superior hierárquico (estímulo 1) ou na sua organização (estímulo 2); b) que referissem o que tornaria justa a situação descrita. Procedeu-se a uma categorização de episódios e a uma classificação por dimensões de (in)justiça, tendo em consideração os dois estímulos. Verificou-se uma saliência de aspectos distributivos nas situações de injustiça e de aspectos procedimentais e interaccionais nas situações de reposição da justiça. Por outro lado, a fim de estudar a organização estrutural dos episódios relatados, procedeu-se a uma análise factorial de correspondências múltiplas. Os resultados mostram que a idade e a antiguidade são as características posicionais que apresentam coeficientes de discriminação mais elevados. A estrutura factorial revela ainda que às situações de injustiça se opõem formas de repor a justiça, que não são de tipo distributivo, mas, dominantemente, de tipo procedimental e interaccional. Os resultados são discutidos à luz da hipótese segundo a qual as percepções de justiça são bidimensionais e não bipolares.