Estatuto, identidade étnica e percepção de variabilidade nas crianças

Autores

  • Carla Mouro
  • Maria Benedicta Monteiro
  • Ana Guinote

DOI:

https://doi.org/10.17575/rpsicol.v16i2.485

Palavras-chave:

-

Resumo

O objectivo do estudo consistiu em averiguar o papel moderador do nível de identificação com o grupo na relação entre o estatuto (assimétrico) dos grupos e a  percepção de variabilidade intragrupal. Este estudo foi realizado com crianças de nove e dez anos, brancas e negras, a frequentar escolas com maioria de crianças brancas. O desenho factorial consistiu em 2 estatuto étnico x 2 nível de identificação x 2 grupo-alvo, sendo o último factor intra-sujeitos. A percepção de variabilidade foi medida através da adaptação da tarefa de distribuição de Linville et al. (1989), de onde resultaram duas medidas de variabilidade, a variância e a amplitude. Os resultados confirmaram as hipóteses de partida: verificou-se um efeito principal do grupo-alvo avaliado, sendo o grupo das crianças brancas é percebido como sendo construído por elementos mais diferenciados do que o grupo das crianças negras. O estatuto étnico, o grupo-alvo e o nível de identificação interagem mostrando que, quando é o grupo de baixo estatuto (negro) a avaliar, as suas percepções dos grupos-alvos diferem consoante o seu grau de identificação étnica. As crianças negras com elevada identificação étnica percebem o seu grupo como mais homogéneo do que o das crianças brancas, enquanto que as crianças negras com moderada identificação étnica percebem ambos os alvos com o mesmo grau de variabilidade. Os resultados são discutidos no âmbito da teoria da identidade social e sugerem-se linhas de investigação que tenham em conta a importância das identidades múltiplas para estes processos.

DOI: http://dx.doi.org/10.17575/rpsicol.v16i2.485

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Como Citar

Mouro, C., Monteiro, M. B., & Guinote, A. (2002). Estatuto, identidade étnica e percepção de variabilidade nas crianças. PSICOLOGIA, 16(2), 387–408. https://doi.org/10.17575/rpsicol.v16i2.485

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