Identidade racial e preferência em crianças brasileiras de cinco a dez anos
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v16i2.482Palavras-chave:
-Resumo
Neste artigo analisa-se o efeito da cor da pele e da idade sobre a identidade e a preferência raciais de 238 crianças brasileiras brancas, negras e mulatas de cinco a dez anos. As variáveis dependentes foram a categorização racial, a auto-identificação racial, a avaliação emocional da pertença e a preferência. Os resultados indicaram que a maior parte das crianças categoriza os seus pares de acordo com a raça. Em relação à auto-identificação racial, as crianças negras e mulatas são as que menos se auto-identificam correctamente. Relativamente à avaliação emocional da pertença, verificamos que as crianças negras de cinco a seis anos são as que menos gostam de ser como são e que mais gostariam de ser diferentes. Outras análises (ACM) mostraram que as crianças negras de cinco a oito anos são as que mais se percebem como negras, e que as crianças negras de nove e dez anos são as que mais se percebem como mulatas e gostam de ser o que acham que são. Em relação à preferência, verifica-se que a criança branca é preferida, seguida da mulata, enquanto a negra é preterida. Os resultados são interpretados e discutidos à luz da teoria da identidade social e do racismo da infância.