Mas porquê? Um estudo multiteórico dos preditores da infidelidade
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v29i2.1002Resumo
Este estudo pretendeu contribuir para o avanço do conhecimento acerca da infidelidade conjugal, através da identificação dos seus principais preditores, partindo de múltiplas perspetivas teóricas e comparando a sua capacidade preditiva. As variáveis foram avaliadas através de instrumentos de autorrelato, numa amostra de 545 indivíduos da comunidade, recolhida através da Internet. Um ano depois, 53 participantes forneceram novos dados, para avaliação da continuidade dos comportamentos. Verificou-se um predomínio de dois tipos de preditores: (a) a baixa qualidade e investimento na relação primária, e (b) o uso de uma estratégia reprodutiva a curto prazo. O primeiro preditor foi mais saliente no sexo feminino e para o envolvimento afetivo, o segundo no sexo masculino e para o envolvimento sexual. Outros preditores significativos surgiram em contextos específicos, mostrando que, embora algumas teorias se tendam a confundir em termos do seu papel preditivo, nenhuma permite por si só compreender o fenómeno do envolvimento extrarrelacional.