Enfarte de miocárdio precoce: Estudo psicocardiológico de uma população com idade inferior a 40 anos
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v7i2.765Palavras-chave:
-Resumo
Foram trocados, pluridisciplinarmente, sob ponto de vista psicocardiológico, 54 doentes (D) com idade inferior a 41 (X=36,2 anos), internados numa Unidade de Cuidados Intensivos com o diagnóstico de enfarte agudo do miocárdio (EM). Verificámos ser diminuta a expressão dos chamados factores de risco clássicos para a aterosclerose, salvo o tabagismo (78%), em contraste com a frequência de situações conflituais experienciadas pelos D, no período que antecedeu o EM, a nível profissional (80%) e sócio-familiar (52%). Na fase aguda da doença, 85% dos D não apresentaram insuficiência cardíaca congestiva e 65% fizeram EM de grande tamanho com valores de CK máximo, superiores a 800. 70% dos D tinham uma organização psicossomática da personalidade neurose de comportamento de Marty, com hostilidade alta em 92% dos D (≥20 na escola Ho do MMPI) – 44 D (81%) tinham, manifestamente, comportamento tipo A (Rosenman e Friedman). Ao fim de 1 ano 80% dos D tinham retomado a tempo completo o seu trabalho e 88% não estavam deprimidos, não se verificando correlação, estatisticamente significativa entre intenção do EM, depressão e tipo de comportamento. É de realçar a benignidade do EM, neste grupo de D, quer na fase aguda, quer na fase de convalescença. A relevância dos factores psicogéneos na etiopatogenia do EM são concordantes com a verificação psicocardiológica em relação às diferenças fisiopatológicas do EM, nos jovens e nos outros grupo etários.