O "Esquema-infantil" em questão: Ensaio interdisciplinar
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v8i1.720Palavras-chave:
-Resumo
Neste ensaio, analisamos o «esquema infantil» de K. Lorenz na sua história natural, que conflui com a evolução do próprio Homem. Numa reflexão de fundamento interdisciplinar, procuramos clarificar a origem filogenética e a função do «esquema infantil». A encefalização decorrente durante o Plestoceno e que acompanhou a evolução do género Homo durante dois milhões de anos, teria provocado crescentes riscos de parturição até que, um compromisso evolutivo tenha antecipado o nascimento de crias assim tornadas altriciais, imaturas e dependentes de cuidados epimeléticos diferenciados. Parte dos traços fetais foram retidos pelos adultos: sobre este cérebro juvenilizado se operou uma reorganização que coevoluiu com a indústria lítica e a palavra articulada. Transformações morfológicas, fisiológicas, etiológicas e psicológicas interactivas dirigiram o destino cultural do Homem. A alteração de proporções do recém-nascido imaturo configurou um estímulo-sinal et-epimelético percebido transculturalmente, o «esquema infantil».