A empatia em evolução: As bases estruturais da empatia em primatas humanos e não-humanos
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v24i2.310Palavras-chave:
-Resumo
A empatia foi desde sempre um conceito de difícil operacionalização. Durante muito tempo existiu um fosso na comunicação entre psicólogos e neurobiólogos que retardou o estudo dos processos empáticos. Nos últimos anos, com a descoberta do sistema de neurónios-espelho, passou finalmente a conhecer-se o substrato neurológico já conhecido em psicofisiologia – o ‘embodiment’ dos comportamentos observados. Deu-se assim uma revolução no modo como a empatia é compreendida e os neurocientistas e psicólogos sociais encontram-se agora numa rota de aproximação, em busca da compreensão das relações longamente propostas entre género, imitação, contágio emocional e empatia. Ao mesmo tempo, é impossível não tropeçar na evidência de existência de empatia em outros animais. Neste artigo revêem-se definições de empatia, incluindo tipos e graus de empatia, dando-se particular ênfase ao modelo inclusivo de Preston e de Waal (2002), o Modelo da Percepção-Acção, e recapitula-se a descoberta dos neurónios-espelho e as suas implicações para a definição de empatia, bem como para o suporte da evolução biológica da mesma.