Impacto da expressão facial na percepção de tempo: Papel da valência e da activação
DOI:
https://doi.org/10.17575/rpsicol.v24i2.305Palavras-chave:
-Resumo
A natureza emocional de uma expressão facial parece enviesar a percepção da sua duração. Neste artigo apresentamos um estudo que testa a hipótese deste efeito ser moderado pelas dimensões emocionais (valência e arousal) abordando a sua explicação em termos de processos que interferem com o funcionamento de um “relógio interno”, nomeadamente processos atencionais e activacionais. Utilizando uma tarefa de bissecção temporal com durações entre 400 e 1600 ms, os resultados sugerem um efeito da valência da emoção expressa por uma face: a duração das faces negativas é sobre-estimada relativamente às positivas. Este efeito foi moderado pela intensidade das expressões emocionais (activação [arousal]) verificando-se apenas claramente na condição de baixa intensidade. Na condição de elevada intensidade, as faces positivas foram avaliadas de forma idêntica as negativas. O facto de esta interacção apenas se verificar em durações mais curtas, sugere-nos uma interferência concorrente de processos atencionais e activacionais. Esta explicação é discutida no artigo, tendo em consideração as suas limitações.